Acom debate criação da Rede de Cuidados Continuados
A Associação de Combate ao Câncer do Centro Oeste de Minas (Acom) realizou nessa segunda-feira, 12, uma reunião para debater a criação da Rede de Cuidados Continuados no centro-oeste mineiro. Participaram do encontro conduzido pelo enfermeiro e doutor em Cuidados Paliativos, Dr. Alexandre Silva, representantes da Acom, do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Ampliada Oeste para Gerenciamento dos Serviços de Urgência e Emergência (CIS-URG Oeste), do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), e da Unidade de Pronto Atendimento Padre Roberto (UPA 24h).
Os cuidados paliativos devem ser ofertados desde o diagnóstico, visando a uma melhor qualidade de vida e autonomia do paciente e de sua família, e tem como objetivo promover o alívio da dor e de outros sintomas que causem sofrimento, oferecer suporte para auxiliar os pacientes a terem uma otimização do tempo de vida com a maior qualidade e conforto possíveis.
A especialidade tem como finalidade ainda, promover os cuidados e o manejo das complicações clínicas que causam sofrimento ao paciente, respeitar a morte como um processo natural do ciclo da vida, buscando não antecipá- la ou adiá-la, e oferecer suporte para a família no período da doença e após o óbito.
Após esclarecer sobre a assistência paliativa, Dr. Alexandre reforçou a importância de desmistificar a crença de que não há nenhum tipo de linha de cuidado para o paciente de Cuidados Paliativos.
“É preciso nivelar o entendimento do termo de “cuidado paliativo”, e ter cautela com a expressão, pois a falta de conhecimento, de informação pode levar a desassistência do paciente, pois independente da linha de cuidado, o paciente pertence a APS Unidade de Atenção Primaria da região dele”, destaca.
A coordenadora da Central de Regulação das Urgências do CIS-URG Oeste, Thamara Lesse destacou que por falta de conhecimento a maioria dos cuidadores/profissionais acabam levando pacientes de “Cuidados Paliativos” para o SAD ou para a UPA. Dr. Alexandre alegou que a elaboração de um protocolo de processo ativo de morte, para atendimento no serviço de urgência, e para os profissionais de saúde fará com que o paciente em tratamento paliativo tenha uma assistência na melhor forma.
“A criação deste documento permitirá a elaboração de treinamentos para os profissionais de todos os serviços. O Ministério da Saúde já sinalizou o início de uma valorização das políticas públicas nos Cuidados Paliativos”, reforça.
HOSPÍCE
No encontro foi apresentada ainda a proposta da Acom de ser aberto um Hospíce para as pessoas que convivem com o câncer. No local será aliada a internação ao trabalho de cuidados paliativos para pacientes em fase terminal, que receberão assistência promovida por uma equipe interdisciplinar especializada.
Durante o debate foi exposta a necessidade de se criar um fluxograma do paciente até a sua chegada ao Hospíce.
“É necessário antes de definir a criação de Hospíce, as questões de fluxo, desde a formalização, documentação, entendimento e treinamentos, pois esta definição será o subsídio para desenhar o tipo, e o tamanho do serviço de Hospíce a ser montado. É necessário definir o fluxograma do paciente em “Cuidados Paliativos” no município, com a participação de um membro por serviço na montagem dos fluxogramas”, ressalta.
Após a elaboração dos fluxogramas eles serão apresentados em uma reunião no dia 10 de setembro, que contará com a participação de representantes da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).